A força militar era desproporcional em relação à população do Pará. Em 1820, por exemplo, havia na província, segundo Rayol, um corpo de polícia, três regimentos de infantaria, um corpo de artilharia e um esquadrão de cavalaria, na primeira linha; dois regimentos de infantaria e duas companhias de artilharia montada, na segunda linha.
Essa era a força responsável pela guarnição da capital. Na ilha de Marajó havia uma legião, composta de artilharia, cavalaria e infantaria, além de três regimentos e oito corpos de ligeiros em diferentes localidades do interior. Havia, assim, nove unidades militares (e mais uma policial na capital e duas no Marajó e no restante do interior.
Nos episódios de 1º de janeiro de 1821, os constitucionalistas foram apoiados pelos três corpos de infantaria e os dois de milícias, permanecendo estranhos ao movimento somente os corpos de artilharia e cavalaria, “que eles não puderam aliciar” (Rayol, página 15).
Os comandos militares estavam inteiramente sob o controle dos portugueses, defensores da continuidade da dominação colonial, o que favoreceu o golpe de 1/3/1823, dado pelo coronel Vilaça.
Eram pró-Portugal:
– o governador das armas, José Maria de Moura;
– o marechal-de-campo inspetor das tropas Manuel Marques;
– o coronel do primeiro regimento de linha João Pereira Villaça;
– o tenente-coronel encarregado pelo segundo regimento Joaquim Francisco da Silva;
– o tenente-coronel comandante do corpo de artilharia José Antônio Nunes;
– o tenente-coronel comandante do terceiro regimento José Narciso da Costa Rocha;
– o coronel do primeiro regimento de segunda linha Manuel Sebastião de Melo Marinho Falcão;
– o capitão-de-mar-e-guerra e intendente da Marinha José Epifanio da Cunha.