Junto-me a Ricardo Condurú no empenho dele, como meu, de atiçar o interesse dos leitores por Felipe Patroni. Ricardo remeteu mais documentos do seu imenso, rico e olvidado acervo, que ele tem formado com a diligência e a constância do verdadeiro pesquisador.
A nova leva atesta o empenho do poder imperial, impregnado pela sua origem metropolitana portuguesa, em desmerecer e ridicularizar os líderes do movimento nativista no Pará. Seus objetivos principais não eram a independência da província nem a república. Era eliminar o despotismo em todas as suas formas – políticas, econômicas e sociais, numa guerra dos que não têm contra os que têm, na fulminante definição de Handelmann. E se havia alguma ideologia de combate, mesmo que nem sempre manejada pelos líderes da revolta, era o liberalismo. Uma combinação esdrúxula de fatores e uma complexidade mal escondida pelas versões oficiais, ontem, como hoje, tentando impedir o melhor conhecimento dos fatos. A despeito desse empenho, Patroni já começa a ser reconhecido, pela historiografia nacional, como precursor do pensamento social no Brasil.
Passo a palavra ao Ricardo Condurú.
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Isto posto, sou da opinião também que o liberalismo era o ponto que unia Malcher a Patroni. Aliás, a ligação de Malcher com Patroni já vinha de muitos anos, havendo escritos por mim levantados que demonstram isso. Para comprovar, citarei primeiramente a existência do seguinte documento registrado nos Anais da Biblioteca Nacional (RJ), 1876 a 2018, folha 631.
(…)
7211 – Defesa de Félix Antônio Clemente Malcher (*), tenente-coronel de milícias do Pará, um dos presos remetidos daquela província à corte do Império. Rio de Janeiro, Silva Porto & Cia., 1824, in-fol. de 8 pp. (B. N.).
Não obstante o registro acima não citar quem foi o responsável pela defesa de Malcher, descobrimos através do Jornal “O Spectador Brasileiro”, do Rio de Janeiro, nº 228, de 27 de janeiro de 1826, páginas 1 e 2, o qual reproduz extratos de jornais paraenses, que revelam intrigas e denúncias envolvendo o Cônego Serra, o Major Tupinambá, Félix Malcher e Felipe Patroni. Em certo trecho, cita até uma trama que tinha por objetivo a proclamação da república no Grão-Pará, cujo presidente seria Malcher. Vejamos:
EXTRATOS DOS JORNAIS DO PARÁ
Sr. Administrador da Imprensa,
Espero que V.m. me faça o obséquio inserir quanto antes na sua folha o seguinte parágrafo de uma carta do Rio de Janeiro de pessoa fidedigna, e juntamente as reflexões que o acompanham, e para não tomar a V.m. o tempo com mais preâmbulos, aí vai já o parágrafo que diz assim:
– Cônego Serra e Major Tupinambá estão ainda aqui retidos pelo governo em consequência de uma denúncia de [Félix] Malcher ligado com o [Felipe] Patroni de quem são inimigos capitais. – Eis aí as formais palavras transcritas tais e quais. Que lhe parece? Que tais são os patifes? Mas que digo! Isto não é caso de admiração, harmonia entre perversos é pouco durável, e é o que nos vale. Se alguma coisa me houvesse de causar espanto seria antes ver subsistir entre eles amizade por muito tempo, e para que V.m. veja se tenho razão vou em poucas palavras expor-lhe o que eu souber do caráter destes distintos personagens principiando por Patroni. Dotado de uma imaginação exaltada, de um caráter volúvel, foi este patusco sucessivamente constitucional, realista, e hoje independente, que é o mesmo que dizer que nunca foi nada, e nada é. Alternativamente liberal e servil, passando rapidamente de um a outro extremo, seria a sua conduta um fenômeno incompreensível, se não soubéssemos que há homens para tudo. Mas, enfim, não me quero alargar muito para que não vá a sua folha só ocupada com o panegírico destes heróis, portanto, deixando coisas antigas, vamos ao que serve nosso caso de agora.
Patroni, denunciante do cônego Serra, é o mesmo indivíduo que há pouco acaba de advogar a causa do mesmo cônego. V.m., Sr. administrador, não poderá acreditar esta, porém, para remover toda a dúvida que V.m. pudesse ter a esse respeito, queira ler as seguintes palavras fielmente copiadas de uma nota que vem em um impresso intitulado Defesa do Tenente Coronel Malcher, obra do célebre Patroni.
O cônego Silveira Antunes Pereira da Serra sofreu igualmente muitos sacrifícios por causa da independência, e em virtude de lhe haver prestado serviços grandes mereceu que o cabido o encarregasse da honrosa mensagem de vir à Corte felicitar a S. M. Imperial.
Que diz a isto, Sr. Administrador? O homem será maníaco? E terá o seu cérebro sujeito às influências da lua? Neste caso esperamos que brevemente se desdiga da denúncia dada, e se algum apaixonado do Sr. bacharel de eu o qualificar de maluco, desde já digo que a não ser alguma lesão dos órgãos intelectuais, é forçoso confessar que foi o Sr. Patroni impelido a proceder dessa maneira contra o seu presado amigo e patrício, por espírito de maleficência, ou por satisfazer alguma vingança particular. Mas, enfim, seja como for, o certo é que os tais sujeitinhos se vão dando a conhecer uns aos outros.
Que diremos do grande Malcher, que é outro acusador do Serra e do Tupinambá. Este indivíduo que de homem só tem a configuração, participa da natureza do jumento; e assemelha-se ao tigre pela ferocidade, pois, assim mesmo, com estes predicados, tal é o herói que estava designado pelos de sua facção para Presidente da R…..República, que aqui pretendiam proclamar, por mais que agora o queira negar, e que tal lhe parece? Não acha ser própria para o pescoço de um burro esta joia:
Eu ainda espero que isto não fique aqui, ainda espero desunidos Patroni e Malcher, e acusarem-se mutuamente um ao outro. Seguiria-se naturalmente agora dizer alguma coisa dos outros dois, mas creio que por vir já tarde não acharei lugar suficiente na sua folha, além disso, quem viu um, viu todos, pelo que fica dito de Patroni podem formar ideia dos outros. Mesma falta de caráter, mesma inconstância em tudo, só com a diferença que, com efeito, Malcher e Tupinambá são mais cruéis e ignorantes que o pobre bacharel, que não tem mais outro defeito que o de cabeça esquentada, bagatela, bagatela.
Finalmente subiu o Sr. Malcher com a enchente, e desceu outro que tal com a vazante de maneira que simultaneamente puseram pés em terra num dia de glória para os imperiais, e de confusão para os carvalhais. Bem será que estes amigos (do bom e barato) se apliquem a leitura do Vovô Maçom, que como netos ali encontrarão barrete e cassete.
O Pimpa.
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Como podemos constatar, a história está constantemente sendo reescrita, e a reconstituição da história da cabanagem passa necessariamente pelo resgate da figura de Felipe Patroni. Tratá-lo como um mero “louco” reduz sua importância para a história do Pará e do Brasil. Há farto material mostrando Patroni com diversas faces: Demente, Liberal, Absolutista etc. Mas, afinal, quem é Patroni? Em breve, espero conseguir divulgar tudo o que já levantei sobre essa figura histórica, mas a cada dia surge algo novo. Estudar Patroni é um desafio. Um homem surpreendente em um mundo em constante mudança.
Por ora, deixo artigo publicado no Jornal “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro, nº 7989, de 14 de janeiro de 1921, folha 2, do escritor e jornalista maranhense Manuel Viriato Correia Baima do Lago Filho, sobre a atuação de Felipe Patroni, a quem chama estrela fugaz, durante o movimento constitucionalista de Portugal, iniciado em 1820. Apesar de mostrar desconhecimento sobre o destino de Patroni após fundar o jornal O Paraense, Viriato faz uma boa reconstituição do referido período, não obstante inserir pontos discutíveis. Segue o texto:
ESTRELA FUGAZ
Há na história constitucional brasileira uma figura, hoje esquecida, que dá a impressão exata da fugacidade das estrelas cadentes: surde, fulge, corusca subitamente para depois desaparecer num segundo, com um ligeiro rastro de luz que logo se apaga.
É a figura de Philippe Alberto Patroni Martins Maciel Parente, que os seus contemporâneos conheciam apenas pelo nome de Patroni. Foi quem primeiro deu, no Brasil, o grito em favor da revolução constitucionalista que estalou em 1820, em Portugal.
Quase todos os historiadores apresentam o vulto de Patroni como o de um ambicioso vulgar, inquieto, impertinente, sem nenhum outro mérito que o da audácia da ambição.
Mas quem lhe estuda atualmente a vida encontra-lhe outras virtudes – a das ideias liberais – que ele defendeu e propagou com arrojo e sacrifício. Se há nos seus movimentos impulsos de ambição, há também muito de sinceridade e principalmente um traço vivo de ingenuidade que se pode classificar de infantil, ingenuidade que foi a nota caracterizante da sua existência de revolucionário.
Quando rebentou em Portugal a agitação constitucionalista de 1820, Patroni devia ser bem moço. Cursava o 4º ano de Direito na Universidade de Coimbra. As ideias do século, os princípios adiantados do momento escaldavam-lhe a juventude inflamável. Ao dar-se a revolução, parte imediatamente para a sua terra natal – o Pará.
Lá chega em meados de dezembro, carregado de malas atulhadas de impressos incendiário. O terreno era bom para a propaganda. O marquês de Vila-Flor, que governava a capitania, tinha ido ao Rio [de Janeiro] casar-se, e o governo que o substituía não possuía as mesmas energias do marquês.
Patroni multiplica-se, em poucos dias faz-se querido, em pouco tempo domina os espíritos. E a sua atividade é tão grande que, a 1º de janeiro de 1821, a tropa sai à rua e proclama a sua adesão à carta constitucional que as cortes confeccionavam em Lisboa.
Forma-se, então, a junta governativa, junta revolucionária que daí por diante deve governar a capitania. Patroni é a figura predominante do movimento e não pode ser posto a parte. Mas é lei fatal das revoluções: são sempre aqueles que as fazem que menos se aproveitam delas.
Para o moço liberal e para os seus amigos a decepção foi cruel – Patroni não teve uma colocação na junta. Por menos ambicioso que ele fosse, isso o devia abalar profundamente. Começa a hostilizar a junta. Esta é composta toda de portugueses, tendo apenas um nome brasileiro – o vigário capitular Romualdo Antônio de Seixas, que depois tomou vulto na história.
Patroni grita por toda parte, cercado de amigos. É necessário incluir os paraenses no governo! É necessário satisfazer o sentimento nacional!
Os seus gritos têm eco. A junta compreende que a hostilidade se avoluma. Anuncia-se a eleição para dois membros paraenses.
As esperanças do estudante acendem-se. Mas naquele tempo o predomínio era dos velhos. Para ser alguma coisa na vida era preciso ter barbas brancas e achaques de reumatismo. Ninguém tinha confiança na juventude. Faz-se a eleição e saem vitoriosos o coronel Geraldo José de Abreu e José Rodrigues de Castro Góes. Patroni é posto novamente à margem.
A sua atividade, tocada pelo despeito, assanha-se. É o maior inimigo da junta governativa. Espalhe impressos, escreve, persegue. E não é um inimigo que se despreze. Ao seu lado está quase toda a população nativa da capitania. O rapaz tinha tido a habilidade de tocar as cordas do nativismo brasileiro.
A junta está em embaraços. O único meio é abrandar a chama perseguidora de Patroni. Começam as démarches para um acordo.
Os amigos do estudante propõem que o senado da câmara de Belém o eleja deputado às cortes reunidas em Lisboa. Ah! Não é possível. A vereação não era corpo eleitoral.
Afinal a questão é ladeada. A junta concorda a mandar Patroni a Lisboa comunicar a adesão da capitania e lá ser, junto às cortes, o procurador de todos os interesses do Pará.
Ali estava o ardil. O moço revolucionário caiu redondamente no laço.
Imaginou ingenuamente que, com aqueles poderes que o governo lhe delegava, ele era nem mais nem menos que um deputado às cortes.
A delegação tinha, na realidade, um tom dúbio. Só um refinado espertalhão seria capaz de descobrir-lhe o fundo falso. Patroni era muito moço para conhecer os truques políticos.
E partiu afoitamente para Lisboa.
Quando se fez, em Portugal, o movimento constitucionalista de 1820, a maior preocupação dos portugueses era a adesão do Brasil. A revolta tinha tons moderadíssimos. Não pregava a queda da monarquia, nem a da família bragantina, e o rei, o Sr. D. João VI, estava em terras brasileiras.
O que os revolucionários queriam no princípio era apenas a carta constitucional. Mas, sem a adesão do Brasil, podia tudo fracassar. O rei, apoiado pelos seus súditos brasileiros, poderia apelar para a santa aliança, formada em 1815 pelos soberanos da Áustria, da Rússia e da Prússia, e estaria todo o caldo entornado.
Em Lisboa, esperava-se o apoio do Brasil como se espera a notícia de um grande sonho realizado.
Os olhos dos agitadores estavam mais voltados para Pernambuco. Fazia poucos anos que estourara a revolução pernambucana de 1817, e estando ainda os seus chefes no cárcere, era de esperar que o sentimento revolucionário não se tivesse ainda apagado na capitania. Pernambuco facilmente se incendiaria com as notícias de Lisboa.
E todos os dias se esperavam novas agradáveis da terra em que o padre Roma morreu.
Um dos maiores dias do movimento constitucionalista de Portugal foi aquele que chegou a Lisboa a notícia da solidariedade da Bahia. O recinto das cortes encheu-se dos vultos mais brilhantes da revolução. Antes de começarem os trabalhos, Fernandes Thomaz levanta-se e grita três vivas comovidos à Bahia, vivas que os deputados e povo responderam calorosamente. Frei Vicente da Soledade, em plena sessão, em meio a um silêncio majestoso, ergue graças a Deus pela significação do acontecimento.
Dia maior foi aquele da notícia de que o Rio, até ali assustadoramente silencioso, aderira aos gritadores de Portugal.
Era a 27 de abril de 1825. O ministro da marinha estava no teatro de S. Carlos, quando a correspondência do Brasil lhe chegou às mãos. O titular, emocionado, manda parar a representação e, diante do público, em cena aberta, lê a notícia da adesão do Rio. Não se descreve o delírio que eletrizou Lisboa. Essa noite foi uma noite de festas, flores e passeatas cívicas em todos os bairros. No dia seguinte a sessão das cortes teve um esplendor de vitória. O povo cobriu de rosas as cadeiras dos deputados. D. João VI foi chamado “O melhor dos soberanos”. Durante uma semana Lisboa não conseguiu apagar o seu entusiasmo festivo.
Mas, o primeiro pedaço brasileiro a aderir à revolução, foi o Pará. A primeira notícia que a Portugal chegou do apoio de uma capitania do Brasil foi levada por Patroni.
Esse fato lhe deu uma importância e um brilho excepcionais.
Quando o estudante chegou a Lisboa, em abril de 1821, os corações dos portugueses estavam profundamente oprimidos pelas incertezas da solidariedade dos brasileiros. Patroni deu aos revolucionários a impressão de um ramo de oliveira que os irmãos do Brasil lhes mandavam. Ia vingar o movimento liberal. Aquele ramo de oliveira era o sinal de que a terra de ultramar não era tão sáfara como se teve receio que fosse.
Ao chegar a Lisboa a decepção de Patroni foi dolorosa. Ele, que ao partir do Pará se imaginava deputado às cortes, ao chegar na capital portuguesa teve o desgosto de saber que era apenas um emissário da junta governativa de sua terra. O seu primeiro cuidado, ao entender-se com a regência, foi legalizar os seus títulos, ou melhor, torcer as coisas de modo que fosse considerado um representante do povo paraense na assembleia constituinte. Mas, consultadas as comissões de constituição e poderes das cortes, elas delicadamente cortaram as aspirações do moço brasileiro.
O parecer das comissões foi feito de modo a não irritar o mensageiro paraense, naquele momento em que Portugal fazia questão de vida e de morte do apoio do Brasil. Apesar do imenso desejo que a assembleia tinha de entrar logo em relação com a deputação do Pará, por ter esta “capitania a primazia na tão suspirada adesão do Brasil”, não podia aceitar o jovem estudante porque os seus papeis não o nomeavam representante da nação! Mas, por uma exceção raríssima, a assembleia devia ouvi-lo, em plenário, como delegado do governo do Pará.
No dia 5 de abril as cortes reuniram-se para ouvi-lo. Foi o dia mais brilhante da curta vida política de Patroni.
Era o primeiro brasileiro que falava diante da assembleia constituinte, era a primeira vez que o Brasil mandava a sua voz em prol das conquistas liberais.
As galerias do parlamento encheram-se. Patroni tomava a feição de um animal exótico.
O agitador paraense não se satisfaz em dar singelamente a notícia da solidariedade da sua terra. Pespega um discurso, um longo discurso ruidoso, com todas as flores retóricas mais usadas na época.
Foi realmente o seu maior instante de glória. A assembleia aclamou-o estrondosamente.
Os aplausos influíram no espírito de Patroni. Esqueceu-se do parecer das comissões das cortes e recomeçou o trabalho, para ser considerado deputado. Tudo que era possível mexer, mexeu. A ingenuidade levava-o aos passos mais infantis. Em pouco tempo havia caído no ridículo. Era “o moço que queria ser deputado”.
A assembleia, como uma compensação, ou para ver-se livre dele, ofereceu-lhe uma distinção – o ingresso permanente na tribuna destinadas às altas figuras. Para quem queria ser representante do povo, era muito pouco.
Patroni demora-se algum tempo em Lisboa, sempre atenazando os ouvidos dos próceres do movimento para que seja reconhecido deputado. Em Portugal, as ideias revolucionárias fazem-lhe arder a cabeça. Já não é somente o homem que trabalha em prol de uma constituição. Quer agora também a independência do Brasil.
Ao lado de ideias tão liberais não era possível que o elemento escravo o não interessasse. Volta-se a propaganda da abolição da escravatura. No Indagador Constitucional escreve artigos retóricos em favor da ideia, e remete para o Pará impressos que manda distribuir entre os negros.
Com aquela atividade, com aquela inteligência, e com aquele fogo da juventude, devia ir longe o rapaz.
A sorte, porém, não o havia talhado para as ascensões.
Desiludido em Portugal, volta, em 1822, para o Pará. Os escravos recebem-no como a um redentor. Todo o elemento popular o festeja.
Mas quem predomina no governo é o elemento português, e o moço estudante já mostrou que quer a independência do Brasil.
Patroni funda o jornal O Paraense, para propagar as ideias avançadas e combater a junta governativa. É a sua desgraça. A junta, em junho de 22, processa-o por um artigo violento contra o rei e remete-o preso para Lisboa.
Daí por diante apaga-se o nome de Patroni. Não se sabe se morreu em Lisboa ou se abandonou completamente as preocupações políticas.
Não é, no entanto, uma figura que se possa esquecer. Há nele um tom de energia e de vitalidade que impressiona.
Se o seu nome não ficou gravado imperecivelmente na história, foi porque ele atravessou a vida como uma estrela cadente que passasse pelo céu: surdiu, brilhou, fulgiu para desaparecer num segundo.
Viriato Correa.