Geraldo Francisco Nogueira “Gavião”, Cearense, branco, 22 anos marceneiro (carpinteiro). Integrou o primeiro ataque a Belém, seguido pelo de agosto de 1835. Pronunciado pelo juiz de paz de Barcarena como um dos primeiros chefes de Conde, Beja e Barcarena. Pronunciado pelo juiz de paz de Aicaraçu e acusado pelos mesmos crimes nos quais Vinagre e Eduardo foram incursos. E mais em Moju, Guajajrá-Miri, Miritipitinga, Acará, Bujaru e Beja. Foi comandante dos rebeldes do corpo de permanentes, da polícia do ponto do Porto do Sal. Remetido para bordo da corveta Defensora em 30 de outubro de 1836. Passou para a fortaleza da Barra no dia seguinte, de onde saiu em 22 de dezembro do mesmo ano. Recolhido à corveta Amazonas em 6 de abril de 1840.
Geraldo Francisco de Oliveira Vinagre. Branco, casado, 23 anos, carpinteiro (negociante). Nomeado por Eduardo Angelim, quando na presidência da província, como 1º comandante do corpo de guardas municipais permanentes, em 12 de março de 1836. Pronunciado como assassino e tenente-coronel comandante de expedições, participando em todos os crimes cometidos no tempo da rebelião, nos processos do 1º, 2º e 3º distrito de Belém, e no de Bujaru. Preso em 14 de maio de 1836, em Belém, pela força legal. Passou da corveta Regeneração para a corveta Defensora em 16 de junho de 1837. Recolhido à corveta Amazonas em 6 de abril de 1840.
Geraldo do Sacramento Júnior (filho de Lino José). Mulato, 30 anos, solteiro, carpinteiro. Foi administrador da mesa de diversas rendas nacionais no tempo do governo rebelde. Participou do ataque à vila da Vigia. Marchou depois para os matos próximos da capital, a esperar pelos outros rebeldes que, de Oeiras e Muaná, a eles se reuniram para atacar Belém, como o fizeram em 14 de agosto de 1835, dizendo muitas vezes que ele vinha defender sua pátria e extinguir os maçons e os caramurus. Preso em Belém, foi remetido para bordo da corveta Defensora em outubro de 1838. Solto em junho de 1839.
Hilário Antônio. Tapuio, 19 anos, pescador. Participou todas as “revoluções” que irromperam em Belém. Sua posição foi sempre no ponto de Santo Antônio. Quando o marechal Jorge Rodrigues ocupou a capital, evadiu-se para o rio Maguari, dali seguindo para a tomada da Vigia, onde matou, roubou. Voltou para o Maguari, saqueando “imensos sítios”, reunido com outros cabanos que estavam no engenho de Benjamin. Atacou de novo Belém, onde “executou horrorosos crimes”. Foi para bordo da corveta Defensora em setembro de 1837, onde morreu em março de 1838.
Inácio José Vieira (“Sapo”). Do Rio de Janeiro, pardo, 62 anos, lavrador. Foi feito capitão do exército dos rebeldes por Eduardo Angelim. Acusado de ter reunido muita gente nas cabeceiras do rio Miritipitanga contra a legalidade. Teria influído na mortandade de trinta e tantas pessoas na fazenda de Sto. Antônio, “sendo sempre o pregador da desordem e assassinatos”. Permaneceu como capitão no Ponto da Fazenda, de Félix Soares. Preso em agosto de 1836, no Acará, pelo comandante da escuna 2 de março, foi levado logo em seguida para bordo da corveta Defensora, onde morreu, em novembro.
Jerônimo Roberto da Costa Pimentel (padre). Paraense, branco, 33 anos, vigário colado da freguesia de Abaeté. Considerado como agente de “uma nova conspiração contra o governo legal”, foi mantido “em lugar seguro sem ferros (salvo se seu procedimento isso exigir)”. Remetido para bordo da corveta Defensora em 25 de janeiro de 1838. Solto menos de um mês depois, em 14 de fevereiro.
João Antônio Moreira Claro, português, branco, de 24 anos, que era caixeiro de José Romão de Ávila. Ignorou a proibição e vendia pólvora aos cabanos. Preso em Belém, foi enviado para bordo da corveta Defensora em 3 de janeiro de 1837, com a orientação de que devia “ser carregado de ferros no porão” por ser considerado falsário da nação brasileira. Foi solto 18 dias depois.
João Antônio de Oliveira. Soldado desertor do extinto 3º regimento de linha ligeira 5º batalhão de caçadores. Foi considerado o autor do plano para a morte do ex-presidente Lobo de Souza, Marchou contra Belém em companhia de Antônio Vinagre, “roubou e matou quanto pôde”. Preso em Itapicuru pelo ajudante do 5º batalhão de caçadores Francisco Vitorino Xavier de Brito. Remetido para bordo da corveta Defensora em agosto de 1838. Por portaria de 14 de novembro do mesmo ano, “ficou em paisano”. Morreu no hospital dos bexigosos em abril de 1839.
João Bernardo. Paraense, mulato livre, 30 anos, lavrador. Preso em 6 de agosto de 1836 no Acará pelo comandante da escuna 2 de Março. Foi para bordo da corveta Defensora em 20 de agosto de 1836. Participou da preparação e da execução do ataque a Belém em agosto de 1835. Depois voltou ao distrito de Igarapé-Açu, onde se constituiu comandante, “pregando a desordem, influindo para o roubo e assassínio, armando escravos alheios com violência e levando-os para sua casa, roubando as fazendas dos moradores e conduzindo-as para o ponto do Eduardo [Angelim] em Turá, e assassinando o preto Vicente, escravo da viúva de Bartolomeu Dias Guerreiro”. Preso em 6 de agosto de 1836 no Acará, foi para bordo da corveta Defensora em agosto de 1836. Um ano depois, em abril de 1837 foi para o Arsenal, incorporado aos trabalhos públicos.
João Ferreira Touguinho. Paraense, branco, 17 anos, lavrador. Quando foi preso, em agosto de 1836, em Belém, estava com disposição de embarcar para a América. Foi preso à noite, na casa de Vitorino de Figueiredo Vasconcelos, seguindo para bordo da corveta Defensora. Foi solto em março de 1837.
João Francisco Ferreira. Paraense, índio, 24 anos, lavrador. Participou do ataque a Belém em 7 de janeiro de 1835. Esteve no fogo do Castelo. Fez fogo contra a fragata Imperatriz em maio e voltou para o rio Maguari, de onde foi com outros para a tomada da Vigia, onde roubou e matou e dali veio roubar a fazenda de Manoel Gomes Ribeiro, matando o gado e insultando a família. Foi no igarapé Mutui assassinar Joaquim Gomes Ribeiro, marchou para o engenho do Benjamin a reunir-se a outros rebeldes, comandados por Antônio Pedro Vinagre e Portilho, e dali marchou para o ataque da cidade em agosto do mesmo ano. Preso pelo juiz de paz do Maguari e remetido para bordo da corveta Defensora em junho de 1837, na qual morreu quatro meses depois.
João Francisco Do Nascimento. Mulato, carpinteiro. Andou reunindo gente pelos distritos de Jurujaia, Jabalicacá e Cranatuba, para formar um ponto de rebeldes, sendo ele o comandante na freguesia de São Domingos da Boa Vista. Mandou assassinar o juiz de paz Domingos Correia Mendes, que se achava em um ponto legal, onde também foram assassinados seis legais. Foi pessoalmente, com outros cabanos roubar as casas de D. Antônio de Souza e D. Catarina de Sá, agredidas com palmatória, fazendo muitos outros roubos. Mandou também seu irmão Matias assassinar o português José Rodrigues da Silva, na fazenda do padre cura da Sé. Preso pelo comandante militar do distrito do Capim. Remetido para bordo da corveta Defensora em setembro de 1838. Solto em novembro de 1838.
João Francisco Sardeira. Espanhol, branco, 32 anos, comerciante. Por ter comprado objetos furtados por alguns rebeldes. Preso em 3 de setembro de 1836. Em Belém, por ordem do presidente. Um mês depois foi para a Defensora. No dia 21 foi solto.
João Manoel Rodrigues. Paraense, pardo, 25 anos, guarda municipal. Tenente-coronel comandante da artilharia rebelde em Belém. “Fez-se célebre na revolução pelas maldades que praticou, e são notórias”. Preso em setembro de 1836, em Joanes. Faleceu a bordo da corveta Defensora no mês seguinte.
João Maria. Paraense, cafuz, 40 anos, lavrador. Morador do rio Jambu-Açu, pertencia à “quadrilha devastadora” de Félix Mendes; roubou e assassinou Manoel de Assunção no rio Bahá. Foi preso em Belém por requisição do comandante militar do Moju. Remetido para bordo da corveta Defensora em abril de 1838, faleceu no hospital de São José em março de 1839.
João Mendes (“Fragata”). Paraense, pardo, 25 anos, lavrador. Distinguiu-se no distrito de Bujaru, “onde proferiu que só ele havia de beber o sangue de todos os brancos e maçons, e que, como comandante, reduziria a cinzas quem se opusesse aos seus atos”. Foi cruel assassino do juiz de paz de São Domingos, Domingos Antônio Correa, e de outros que consta foram vítimas de sua brutal vingança. Preso em 1836, em Bujaru. Remetido para bordo da corveta Defensora em 27 de outubro de 1836, morrendo no mesmo dia.