Militares presos na fortaleza da Barra

No dia 31 de agosto de 1835, estavam presos na fortaleza da Barra 12 praças do 5º batalhão de caçadores de primeira linha, Um capitão, um cabo 10 soldados. Dez foram presos por deserção, duas delas com morte. O capitão Manoel Gomes Pena Varela foi preso “por se unir aos traidores dos acontecimentos de 7 de janeiro”. Um dos soldados, “por lhe fugir um preso”.

(Códice 526 do Arquivo Público do Pará)

15 comentários sobre “Militares presos na fortaleza da Barra

  1. ricardoconduru 15 de julho de 2022 / 11:51

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    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    O Centro Patriótico 15 de Agosto

    “Jornal do Commercio”, do Rio de Janeiro, edição da tarde, nº 575, de 29 de agosto de 1911, folha 1, publica dois artigos do estatuto do Centro Patriótico 15 de Agosto, possuidor de quarenta e oito sócios, “como recordação dos 48 denodados patriotas que, reunidos em Belém, na hoje Rua dos 48, trabalharam eficazmente na obra da nossa independência nacional”, e ainda duzentos e cinquenta e seis sócios colaboradores “destinado a comemorar os 256 mártires trucidados nos porões do brigue Palhaço”. Entre seus sócios, autodeclarados “Patriotas” (tal qual os cabanos), encontravam-se figuras de destaque como Domingos Antônio Raiol, Camilo Salgado, Teodoro Braga e Manoel Barata.

    CENTRO PATRIÓTICO 15 DE AGOSTO

    Movimento cívico – No Pará – O Centro A Independência Nacional – 48 patriotas. 256 mártires.

    Por serem muito interessantes e definirem os fins da agremiação cuja denominação serve de epígrafe a estas linhas, damos os dois artigos infras de seus estatutos:

    Art. 1.º – O Centro Patriótico Quinze de Agosto é uma agremiação formada de 48 cidadãos, que, pelo nascimento, pela longa residência, e pelo reconhecido amor ao Pará, estejam profundamente identificados com a nossa terra. O número de 48 sócios efetivos é inalterável, e se conservará como recordação dos 48 denodados patriotas que, reunidos em Belém, na hoje Rua dos 48, trabalharam eficazmente na obra da nossa independência nacional.

    Além dos 48 sócios efetivos, haverá 256 sócios colaboradores, sendo este número também fixo, e destinado a comemorar os 256 mártires trucidados nos porões do brigue “Palhaço”. Todos, tanto efetivos como colaboradores, em suas relações sociais, dar-se-ão reciprocamente o tratamento de – Patriotas.

    Art. 2.º – O fim da associação é procurar manter viva no coração do povo a gratidão aos seus vultos beneméritos, e a recordação das grandes datas da sua história, promovendo meios para levar a efeito a criação de um monumento consagrado aos heróis e mártires da independência nacional, com os quais o Pará ainda não saldou a sua dívida, e a publicação de um anuário, que saíra sempre no dia 15 de agosto, e no qual não só os sócios, como todos os brasileiros em geral, serão convidados a colaborar. Este anuário se denominará “O Paraense”, em recordação ao periódico de igual nome, fundado por [Felipe] Patroni.

    Além do seu fim especial, o Centro Patriótico Quinze de Agosto poderá, quando julgar oportuno, tomar a si o patrocínio de toda e qualquer idéia patriótica.

    São sócios efetivos do Centro os Srs.: Dr. Domingos Antônio Raiol, Barão de Guajará; José Antônio Ernesto Pará-Assu; Raimundo Ciriaco Alves da Cunha; Raimundo Bertoldo Nunes; Camilo Henrique Salgado; Theodomiro Martins; Adriano Miranda; Aniceto Carneiro da Gama Malcher; Antônio Alves de Souza Junior; Antônio de Belém; Antônio Gonçalves da Rocha; Antônio Marçal; Clemente Ferreira; Cantidiano Nunes; Eloy Simões; Egídio Leão de Sales; Eugênio Simeão Gonçalves Campos; Francisco Leal Uchoa Viegas; Francisco Sant’Anna Ferreira da Rocha; Fernando Melo; Gil Augusto Novaes Rodrigues; Hermenegildo D. C. Perdigão; Honório Amandio de Farias; Ignácio Batista de Moura; João Antônio Luiz Coelho; João José Teixeira Marques; João Nepomuceno Braga; João Pontes de Carvalho; Joaquim Augusto Soares Carneiro; Joaquim Mendes Pereira; Joaquim Victorino S. Cabral; José Augusto de Pinho; José Ferreira Teixeira; José Olímpio Gomes; José Olímpio Pereira de Melo; José Pimentel; Júlio Henrique de Oliveira; Manoel de Melo Cardoso Barata; Manoel de Moraes Bittencourt; Manoel Viana Coutinho; Maximino Correa; Pedro Alexandrino Delgado; Romão Paes de Siqueira; Temístocles Augusto de Figueiredo; Theodoro Braga; Thiago de Souza; Thomaz Ribeiro e Virgílio Mendonça. Há mais 256 sócios cooperadores.

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  2. ricardoconduru 15 de julho de 2022 / 12:25

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    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    Após tentar fuga em uma jangada, Francisco Vinagre é enviado preso para a Ilha Rata

    Jornal “Correio Mercantil”, do Rio de Janeiro, nº 330, de 26 de novembro de 1852, folhas 2 e 3, publica embate entre dois dos participantes da Revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco em 1848, quanto Felippe Lopes Neto (futuro Barão de Lopes Neto, alcançando ainda prestígio como diplomata brasileiro) responde a uma série de acusações formuladas por Antônio Borges da Fonseca, um dos líderes da dita revolução, das quais reproduzimos o sexto questionamento, que trata da formulação de um plano de fuga da ilha presídio de Fernando de Noronha em uma jangada, a qual contaria com a presença de Francisco Vinagre. Descoberto o plano de fuga, Vinagre foi encaminhado preso para a segunda maior ilha do arquipélago, chamada Ilha Rata. O plano de fuga também teve a participação de Eduardo Angelim, porém, nota-se que em nenhum momento este cogita participar da fuga, talvez pelo fato de possuir mulher e filhos na ilha, ao contrário de Vinagre.

    PARTE POLÍTICA

    OS SRS. DR. LOPES NETTO E BORGES DA FONSECA

    Srs. Redatores, não obstante haver sistematicamente evitado, desde fevereiro de 1849, discussões odiosas, deixando passar incólumes imputações graves, de que tenho sido vítima até no parlamento, sou forçado a incomodá-los hoje, rogando-lhes a inserção no seu creditado jornal da resposta que, por deferência ao público, passo a dar as seguintes perguntas do Sr. Antônio Borges da Fonseca, impressas na Revolução de Novembro, de 5 do corrente.

    (…)

    Sexta pergunta

    Se estando já preparada uma jangada para transporta-me ao continente, o Sr. Netto mandou ou não furtar quatro paus, dizendo-me depois que o fizera por lhe constar que vinham comigo quatro portugueses, e tivera medo que eles me lançassem ao mar, quando era certo que vinhamos eu, o Sr. Coronel Lucena, o tenente-coronel Feitosa, e o Sr. Francisco Pedro Vinagre, vindo assim a ser quatro contra quatro.

    Resposta

    Esta pergunta, maliciosamente feita, como outras, indica que o exílio na [ilha] Rata embotou a inteligência e perverteu o coração do Sr. Borges da Fonseca; pois do contrário não asseveraria, para ofender-me, que em uma jangada de mulungu, preparada de chofre, vinham da ilha de Fernando [de Noronha] para o continente oito homens, quaisquer que fossem.

    Caiu nesta miséria para ocultar o nome de quem arranjara em Fernando essa jangada, quando ele se achava na Rata muito vigiado e quase morto de fome. Se o declarasse, desapareceria a possibilidade do furto, cuja confissão ousa atribuir-me.

    Essa pessoa fui eu, que assim me expus ao brutal furor do coronel Cypriano para arrancar-lhe das garras o Sr. Borges da Fonseca, cuja aparição no continente não era mais perigosa, estando pacificada a província.

    Sendo minha a jangada, que interesse me moveria a mandar-lhe furtar, não me tendo ninguém embaraçado de adquiri-la, em proveito do Sr. Borges da Fonseca, onde a posse de semelhantes objetos é o mais grave de todos os crimes?

    O Sr. Borges da Fonseca não cessava de pedir-me da Rata que lhe fornecesse os meios de fugir, dando-me até por vezes planos extravagantíssimos. Depois da entrega de Pedro Ivo deliberar-me a anuir às suas instâncias, e sabendo por confidência do Sr. Eduardo Angelim, testemunha dos meus generosos esforços, que o sentenciado Baltazar, camarada do mesmo Angelim, se dispunha fugir naqueles dias, falei-lhe para admitir na sua jangada um amigo meu, cujo nome sempre lhe ocultei.

    Supondo-se traído, Baltazar mostrou-se disposto a revelar o seu segrego ao coronel Cypriano, para evitar o castigo do seu delito; mas eu e o Sr. Angelim não só o tranquilizamos a este respeito com razões apropriadas, como o decidimos a descartar-se de três portugueses (e não quatro como disse o Sr. Borges da Fonseca) que deviam acompanhá-lo, assegurando-lhe eu boa proteção cá no continente, e dinheiro na ilha para arranjar a vela, banco, bolina, mantimento, e outras coisas indispensáveis.

    Faltava-me ainda um bom piloto, e pude conseguir o melhor da ilha, o qual encarregou-se de cortar e coser logo a vela, que em poucos dias ficou pronta.

    Ainda assim receava para Sr. Borges da Fonseca, cuja vida ficava à mercê de dois sentenciados durante uma longa e arriscada viagem.

    Comuniquei o meu receio ao Sr. Coronel Lucena, meu companheiro e amigo, em cuja discrição confiava. Achou-o bem fundado e ofereceu-se para levar a jangada a ilha rata e vir com o Sr. Borges da Fonseca para o continente.

    Mandamos acrescentar a jangada por prevenção, e marcamos o dia da partida.

    Baltazar descartou-se dos portugueses, adiando a viagem, ajustada com eles, com o falso motivo de lhe faltar o dinheiro preciso para a compra da vela e dos mantimentos; porém, estes, suspeitando o engano, furtaram-nos os paus de mulungu enterrados na praia da Atalaia nas vésperas da partida, levando com eles a bem fundada esperança que nutríamos de salvar o Sr. Borges da Fonseca.

    Foi isto que narrei a este senhor muitos meses depois na ilha de Fernando, e nada mais nem menos do que isto se passou a tal respeito, como sabem os meus companheiros de casa e o Sr. Eduardo Angelim, com quem todos tínhamos as mais estreitas relações de amizade.

    Compare-se a presente narração, que nenhuma dessas pessoas há de contestar, com a maliciosa pergunta do Sr. Borges da Fonseca, e ver-se-á a quanto se expõe um homem honesto que por ele se sacrifica em lances apertados.

    O Sr. Feitosa de Melo, que de boa vontade viria em lugar do Sr. Lucena, não foi admitido por falta de espaço na jangada. Ao Sr. Vinagre nada comunicamos então; tudo ignorou ele até que eu mesmo o encarreguei de preparar depois outra jangada, também para o Sr. Borges da Fonseca, obrigando-me a dar cem mil réis ao corretor do mato, que se propunha a cortar os paus indispensáveis.

    O plano da evasão do Sr. Borges da Fonseca abortou ainda desta vez porque o Sr. Vinagre, traído e denunciado pelo corretor do mato, foi logo preso e mandado para a Rata, onde permaneceu até a chegada do Sr. Tenente-coronel José Maria Idelfonso, sucessor do Sr. Coronel Cypriano no comando militar do presídio.

    (…)

    Sou, Srs. redatores etc.

    Dr. Felippe Lopes Netto,

    S. C., 10 de novembro de 1852.

    (Do Liberal Pernambucano)

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  3. ricardoconduru 15 de julho de 2022 / 12:27

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    Câmara Municipal de Belém pede a permanência de Soares de Andrea na presidência do Pará

    Jornal “Diário de Pernambuco“, nº 26, de 1º de fevereiro de 1838, folha 2, reproduz os documentos da Câmara Municipal de Belém solicitando a permanência de Soares de Andrea na presidência da província do Pará, documentos estes que três vereadores recusaram assinar, entre eles Marcos Antônio Rodrigues Martins, o Mundurucu Paiquicé.

    PARÁ

    A 2 do corrente dezembro entrou o patacho Vênus do Pará, e por ele recebemos notícias daquela infeliz província.

    A perda que sofreu o Sr. Andrea das eleições, e a nova de haver se retirado da Regência o Sr. [Diogo] Feijó lançaram a S. Exa. no maior desespero. Tudo são perseguições!!! Em o dia 14 do mês pp. [novembro] a tropa esteve em armas, e se rompeu o boato de que se tramava uma rusga contra S. Exa.; mas o plano falhou, e ainda esta vez não foram arrastados aos calabouços os cidadãos desafetos ao Turco.

    Na Câmara Municipal teve lugar uma sessão um pouco tempestuosa que finalizou por se decidir fossem remetidos os abaixo assinados, que adiante transcreveremos, a quem os havia enviado: também recusaram assinar o ofício que aquela câmara dirigiu ao governo (no sentido da indicação do Sr. Trovão que igualmente será transcrita) os Srs. vereadores Marcos Antônio Rodrigues Martins, Joaquim Antônio Alves e Antônio da Silva Neves, do que lhes resultou estarem indigitados por S. Exa. como agentes da fantástica rusga. Mil louvores sejam dados aos dignos cidadãos que se não tem curvado ao feroz perseguidor do seu país.

    O Dr. Ponce de Leão de quem havemos já falado neste periódico foi banido para fora do Império. S. Exa. obteve semelhante Firman [Decreto] do governo do Sr. Feijó!!!!? A vítima tendo buscado asilo no Brasil por causa dos horrores praticados em Portugal por D. Miguel, veio deparar no Império de Santa Cruz com o Sr. Andrea, bem digno de servir debaixo das ordens daquele príncipe; mas que, por desonra do Brasil, é delegado do nosso governo.

    Tais são as notícias que acabamos de receber, e se por um lado tão melancólicas se apresentam, pelo outro, nos oferecem bem lisonjeiras esperanças. A derrota do Sr. Andrea nas eleições, em um país que ele tem governado como um Calígula, prova, que a empresa de S. Exa. escravizar os paraenses baqueará. Donde não tem tocado a baba impura do monstro, o povo tem sabido sustentar a dignidade nacional!!!

    Indicação

    Tendo observado desde ontem bastante dissabor com muito dos habitantes desta cidade, pelas notícias que correm da mudança do Exmo. Sr. Presidente desta província, e vendo que ela não goza de perfeita tranquilidade que deseja, por ainda aparecerem em diversas partes malvadezas cometidas pelos rebeldes, e sendo evidente que se deve ao Exmo. Sr. Presidente atual o sossego que principiamos a gozar, indico com urgência que esta câmara a bem dos habitantes desta província dirija ao governo central uma representação pedindo a conservação do mesmo Exmo. Sr. por mais algum tempo; e que esta representação seja enviada pelo intermédio do supracitado Sr. presidente.

    Sala das Sessões, 26 de outubro de 1837.

    Carlos Manoel de Souza Trovão.

    Ilmos. Srs. presidente e vereadores da câmara municipal desta cidade. – Constando aos abaixo assinados que esta ilustre câmara, vai por meio de uma petição pedir a S. M. Imperial a continuação na presidência desta província do Exmo. Sr. Marechal Francisco José de Sousa Soares de Andrea, e partilhando os abaixo assinados destes mesmos sentimentos rogam a Vv. Ss. que hajam de incorporar à dita petição este requerimento.

    Cidade do Pará, 27 de outubro de 1837.

    (Seguiam-se mais de 120 assinaturas)

    (Do Paraense id.)

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  4. ricardoconduru 15 de julho de 2022 / 12:30

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    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    Especulação de que Thomaz Xavier substituiria Soares de Andrea na presidência do Pará

    Jornal “Diário de Pernambuco“, nº 26, de 1º de fevereiro de 1838, folha 3, reproduz artigo do jornal “O Paraense“, editado no Maranhão, onde consta que o substituto de Francisco José de Sousa Soares de Andrea na presidência da província do Pará seria Thomaz Xavier.

    Finalmente o anjo tutelar dos paraenses triunfou do monstro que há tanto tem esmagado aqueles infelizes. Uma administração esclarecida acaba de fazer ressurgir aquela província do estado de abatimento em que a havia lançado a anarquia e o despotismo. A nomeação do Exmo. Sr. Thomaz Xavier para suceder ao General Andreas foi um ato justíssimo, e que por si só clama a favor do novo ministério. Quando o governo cura dos males dos governados e suas súplicas são acolhidas por ele com avidez bem se pode avançar, sem haver medo de errar, que as múltiplas simpatias se arranjarão do lado do poder.

    Há muito que os suspiros dos malfadados paraenses haviam chegado à Corte; porém, demagogos desumanos tomando as avenidas do trono embaraçavam que eles chegassem aos ouvidos do governo; e daí a falta de socorro. Graças a providência! Desmoronaram-se as barreiras terríveis!!!

    Paraenses, a causa da justiça, a causa nacional foi coroada de um feliz resultado. Os vossos sofrimentos vão a desaparecer. Mas agora que o tirano, o perseguidor dos vossos direitos é lançado longe das vossas praias, agora que a vossa maldição o acompanhará por toda a parte, repousai, e que as vossas esperanças cerquem o homem que acaba de ser nomeado para dar mate as vossas desgraças. Que o Exmo. Sr. Thomaz Xavier encontre no povo que se lhe tem pintado revoltoso um povo pacífico, mais infeliz que criminoso! Que ele possa para o futuro bem dizer o dia em que se curvou ao peso de tomar sobre os seus ombros a tarefa sempre difícil de presidir aos destinos de uma vasta e dilacerada província.

    (Do Paraense de 8 de dezembro)

    Nota do Blog: A referência do autor do artigo talvez seja a Tomás Xavier Garcia de Almeida, que presidiu as províncias de São Paulo (1827 a 1828), Pernambuco (1828 a 1830 e 1844 a 1845) e da Bahia (de 1838 a 1840). Na verdade quem sucedeu a Francisco José de Sousa Soares de Andrea foi Bernardo de Souza Franco (abril de 1839 a fevereiro de 1840).

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  5. ricardoconduru 15 de julho de 2022 / 12:32

    BLOG CABANAGEM REDESCOBERTA – Por Ricardo Condurú.

    O perdão aos amotinados de Cametá de 1826

    Jornal “Império do Brasil”, do Rio de Janeiro, nº 17, de 28 de maio de 1831, folha 4, publica expediente da Regência Provisória, tratando do perdão aos envolvidos no motim da Vila de Cametá, ocorrido em 26 de abril de 1826. O texto, confuso, cita Felipe Patroni, sem deixar claro sua participação no processo, e o réu, José Alves Barbosa, provavelmente se referindo ao soldado e chefe da revolta, Antônio Vieira Barbosa, sendo endereçado ao presidente da Província do Pará, José Félix Pereira de Burgos, o Barão de Itapicuru-Miri, que também encontrava-se na presidência da província em 1826, época do ocorrido.

    Ilmo. e Exmo. Sr. representando Filippe Alberto Patroni Martins Maciel Parente estarem no caso de serem compreendidos nas benéficas disposições do Decreto de 9 de abril deste ano, que perdoa todos os cidadãos brasileiros que por motivo de crimes políticos se achem condenados, ou mesmo pronunciados, os réus José Alves Barbosa [Antônio Vieira Barbosa?] e outros duzentos camatauaras [cametaenses], determina a Regência Provisória, em nome do Imperador, que V. Exa. faça cumprir o referido Decreto, uma vez que lhe seja aplicável.

    Deus guarde a V. Exa.

    Palácio do Governo em 10 de maio de 1831 – José Manoel de Moraes. – Sr. Barão de Itapicuru-Mirim [José Félix Pereira de Burgos].

    Nota do Blog – Sobre o motim de Cametá, vide o Capítulo II, do 1º volume, da obra de Domingos Antônio Raiol, Motins Políticos (Editora da UFPA), páginas 111 a 136.

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  6. ricardoconduru 5 de agosto de 2022 / 21:50

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    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    Bernardo Joaquim de Matos é nomeado Secretário de Guerra

    Jornal “Sentinela da Monarquia”, do Rio de Janeiro, nº 152, de 15 de janeiro de 1842, folha 4, publica quer o ex-secretário do general Soares de Andrea quando este foi presidente da província do Pará, Bernardo Joaquim de Matos, foi nomeado oficial da Secretaria de Guerra.

    RIO DE JANEIRO

    Foram nomeados oficiais da secretaria de guerra os Srs. José Cristiano da costa Cabral (o Cincinato), Bernardo Joaquim de Matos (ex-secretário do General Andrea, no Pará, Santa Catarina e Rio Grande) e José Antônio da Fonseca Lessa (eleitor do cacete).

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  7. ricardoconduru 7 de agosto de 2022 / 21:40

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    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    As trinta teses do IHGPA sobre a adesão do Pará à independência

    Jornal “O Paiz”, do Rio de Janeiro, nº 13742, de 6 de junho de 1922, folha 1, publica sobre a organização de trinta teses pelo Instituto Histórico e Geográfico do Pará referentes a adesão do Pará à independência e ainda sobre a obra de Henrique Santa Rosa intitulada História do rio Amazonas.

    O Pará e o centenário

    O engenheiro Henrique Santa Rosa, um dos nomes de incontestável relevo na ciência brasileira, prepara uma obra monumental como contribuição do Pará à comemoração do centenário da nossa independência.

    A pedido do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Dr. Henrique Santa Rosa está escrevendo a História do rio Amazonas; e basta o título para evidenciar a invulgar relevância do Trabalho, destinado, sem dúvida, a ser uma das mais preciosas memórias históricas de que poderão orgulhar-se as nossas letras por ocasião das festas de setembro.

    Por essa ocasião também o Instituto Histórico e Geográfico do Pará vai dar à publicidade a sua revista, com trabalhos de alto valor histórico referentes todos à adesão do Pará à independência. Para isso o instituto organizou trinta teses, que poderão ser desenvolvidas tanto por sócios do instituto, como por pessoas a ele estranhas.

    São estas as teses organizadas:

    I – O 14 de abril de 1823, em Belém, e suas consequências; II – O 28 de maio de 1823 em Muaná; III – A adesão do Pará à independência, em 15 de agosto de 1823; IV – A ação de Patroni na independência; V – A adesão do município de Belém à independência; VI – A adesão do município de Bragança à independência; VII – A adesão do município de Cametá; VIII – Adesão do município de Chaves; IX – Adesão do município de Gurupá; X – Adesão do município de Macapá; XI – Adesão do município de Magazão; XII – Adesão do município de Óbidos; XIII – Adesão do município de Santarém; XIV – Adesão do município de Vigia; XV – A interferência da imprensa na independência; XVI – A ação do cônego Batista de Campos (sic) na independência; XVII – O papel de Grenfell na independência; XVIII – A interferência militar, pró e contra a independência; XIX – O clero e a independência; XX – O estado social do Pará na época da independência; XXI – Manifestações de nativismo e seus efeitos, antes e depois da independência; XXII – Biografias de homens que interferiram nos acontecimentos da independência; XXIII – Relações do governo do Estado e o Grão Pará com a metrópole brasileira e a metrópole portuguesa, nas lutas pela adesão; XIV – Organização administrativa da província, após a independência; XXV – Estado dos conhecimentos geográficos e dados estatísticos sobre a província, na época da adesão do Pará à independência; XXVI – A ação dos deputados paraenses nas Cortes Gerais em 1821; XXVII – O estado intelectual do Pará, na época da independência; XXVIII – Interferência da maçonaria, na adesão do Pará à independência; XXIX – Assistência aos doentes e desamparados, na época da independência; XXX – Causas que influenciaram para o retardamento da adesão do Pará à independência.

    Essas teses serão desenvolvidas pelos Drs. Henrique Santa Rosa, Ignácio Moura, Luiz Lobo, Luiz Barreiros, Octaviano Pinto, Américo Campos, Enéas Pinheiro e Jorge Merly, professor Bertoldo Nunes, cônego Andrade Pinheiro, M. Braga Ribeiro, e cônego Ricardo Rocha.

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  8. ricardoconduru 17 de agosto de 2022 / 18:46

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    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    Barroso é promovido a capitão-tenente por ato de bravura durante a Cabanagem

    Revista “Renascença”, do Rio de Janeiro, Edição nº 50, de 1908, folhas 24 e 25, publica sobre a vida Manoel Barroso da Silva, o Almirante Barroso, de onde extraímos trecho que informa que o mesmo foi promovido a capitão-tenente durante a cabanagem, por atos de bravura.

    BARROSO

    O legendário Barão do Amazonas, o Almirante Manoel Barroso da Silva, era filho de Lisboa, nasceu no Chiado, no dia 29 de setembro de 1804. (…)

    Como primeiro-tenete tomou parte saliente na sanguinolenta repressão aos cabanos do Pará, alcançando ali a promoção de Capitão-Tenente por atos de bravura.

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  9. ricardoconduru 22 de agosto de 2022 / 21:22

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    O local da morte de Bararoá

    “Jornal do Commercio”, de Manaus, nº 1888, de 1909, folha 1, publica o relatório da expedição empreendida para socorrer as vítimas da enchente do Rio Amazonas, de onde extraímos trecho da chegada da expedição onde foi morto pelos cabanos o líder das forças do Império, Ambrósio Ayres, o Bararoá

    A ENCHENTE DO AMAZONAS

    A segunda expedição

    1028 SOCORROS

    RELATÓRIO

    (…)

    As 4 horas passamos a boca do Lago Castanha, às 6 a do furo do Tambor, e às 6 horas e 30 minutos ancoramos no porto Providência, de Antônio Soares Pereira, situado no lugar chamado Bararoá, por ter sido aí morto pelos Cabanos em 1840. Ambrósio Ayres, cognominado Bararoá, chefe das forças legalistas do Rio Negro.

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  10. ricardoconduru 23 de agosto de 2022 / 19:28

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    Prisão de três cabanos no sítio Tabocal em 1838

    “Jornal do Commercio,” de Manaus, nº 1939, de 24 de agosto de 1909, folha 2, publica sobre a prisão de três cabanos no sítio Tabocal, em 24 de agosto de 1838.

    (…)

    Nesta data do ano de 1838, o segundo-sargento de artilharia do exército, Antônio José Serudo Martins, comandante interino do posto militar de Serpa, remete ao juiz de direito e comandante geral militar do Alto Amazonas, em Manaus, João Ignácio Rodrigues do Carmo, 3 cabanos que tinham sido presos no sítio Tabocal.

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  11. ricardoconduru 4 de setembro de 2022 / 22:00

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    Soares de Andrea revela ter desejado a morte em combate de Eduardo Angelim

    Jornal “Astro de Minas”, de São João del Rei, nº 1.437, de 14 de fevereiro de 1837, folha 1, publica correspondência enviada pelo presidente da província do Pará, Francisco José de Sousa Soares de Andrea, ao presidente da província de Pernambuco, Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, datada de 9 de novembro de 1836, onde são feitos os agradecimentos pelo socorro enviado pela província nordestina. Andrea fala dos esforços para prender Eduardo Angelim, informando que o responsável pela prisão foi o capitão João Francisco de Melo, e que isso seria uma vantagem real, pois teria acaba para os rebeldes a única esperança de união. Em certo trecho, Andrea revela ter desejado a morte de Eduardo Angelim, quando afirma que “Há tempos que estava preparando os meios de poder prender o Eduardo, ou pelo menos de o fazer acabar em algum ataque a que a sua audácia arrojasse”.

    PARÁ

    Artigos de Ofícios

    Ilmo. e Exmo. Sr. – Tenho de agradecer a V. Exa. os seus socorros de toda a espécie, tenho também a satisfação de lhe mostrar que não têm sido mal-empregados, porque, enfim, temos avançado alguma coisa na restauração desta província.

    Há tempos que estava preparando os meios de poder prender o Eduardo, ou pelo menos de o fazer acabar em algum ataque a que a sua audácia arrojasse. Quando as cousas estavam dispostas, e que eu o tinha envolvido pelo lado do sertão, mandei contra ele quanta força de mar e de terra pude dispensar, e esta medida produziu o efeito desejado. Eduardo e seus sequazes foram postos logo em debandada, e afinal veio ele mesmo a cair-me nas mãos. A prisão deste homem é uma vantagem real, porque se acabou para todos os rebeldes a sua única esperança e seu sinal de união.

    Algumas outras vantagens tenho adquirido, e a empresa segue progressivamente.

    Não omitirei que o capitão João Francisco de Melo foi o encarregado da perseguição do Eduardo e foi quem o apresentou preso.

    Nesta ocasião regressa para essa província o soldado Felix Nunes, como incapaz do serviço.

    Vão também o padre Mavignier, o tenente reformado Manoel Cavalcante de Albuquerque, e o encarregado Domingos José da Rocha.

    Tenho dado licença ao tenente, Rodrigo Antônio Batista para ir tratar a sua saúde nessa província, e o recomendo a V. Exa.

    Deus guarde a V. Exa., Pará, 9 de novembro de 1836. – Ilmo. e Exmo. Sr. Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, presidente da província de Pernambuco. – Francisco José de Sousa Soares de Andrea.

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  12. ricardoconduru 20 de setembro de 2022 / 19:57

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    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    Cartórios são incendiados durante a cabanagem

    Jornal “A Época”, de Belém (PA), nº 288, de 23 de dezembro de 1859, folha 3, publica expediente encaminhado ao juiz municipal envolvendo requisição de escravos e partilha de bens, de onde destacamos trecho que informa terem sido os cartórios incendiados pelos cabanos, o que teria dificultado o andamento de processos.

    Ilmo. Sr. Dr. Juiz Municipal e de Órfãos

    “José Maria da Trindade por cabeça de sua mulher Francisca Maria Nunes da Trindade requereu a V. Sa. mandado contra Mônica Maria da Trindade para lhe serem entregues os escravos Maria Joaquina e Estalislau, que se acham no seu poder, cujos escravos, entre outros bens, pertenceram em partilha judicial a seu pai, Martinho José Nunes da Trindade, de quem a mulher do suplicante é única filha, e universal herdeira no inventário dos bens de Manuel Nunes da Trindade (pai da suplicada e avô da mulher do suplicante), e que procedera seu marido Francisco de Oliveira e Silva, como prova pelo incluso formal de partilha.

    (…)

    “O fato é que o major Antônio Vicente Magno (que foi tutor da mulher suplicante), acionou ao inventariante Francisco de Oliveira e Silva como curador do pródigo Martinho, para lhe entregar não só esses escravos, como 197 arrobas de algodão ensacado, e outros bens constantes do formal de partilhas que ele deixara de entregar, cujos autos deixaram de ter andamento por causa das revoluções que se sucederam umas após das outras até a de 1835, em que foram consumidos pelo fogo lançado nos cartórios, como mostra o documento nº 3.

    (…)

    E. R. M”

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  13. ricardoconduru 29 de setembro de 2022 / 19:16

    BLOG CABANAGEM REDESCOBERTA – Por Ricardo Condurú

    Magalhães Barata exalta os bravos descendentes dos cabanos

    Jornal “O Liberal”, de Belém, Pará, nº 101, de 17 de março de 1947, publica as congratulações ao Major Moura Carvalho, do PSD – Partido Social Democrático, vencedor da eleição para o governo do Pará em 19 de janeiro de 1847, depois de concorrer com Zacarias de Assunção (PSP) e Prisco dos Santos (UDN), dentre as quais reproduzimos a enviada pelo coronel Magalhães Barata, onde o mesmo exalta os descendentes dos cabanos paraenses.

    TELEGRAMAS RECEBIDOS PELO GOVERNADOR MAJOR GEOLÁS DE MORA CARVALHO

    O Major Luiz Geolás de Moura Carvalho, Governador do Estado do Pará, recebeu os seguintes telegramas de felicitações

    (…)

    Recebe meu prezado camarada um abraço de felicitações pela sua brilhante vitória de 19 de janeiro. Aproveito o ensejo para congratular-se na pessoa de meu digno amigo, com os pessedistas de nosso Estado, principalmente os católicos, que na governança do Pará, não só por terem infligido tremenda derrota no indesejável candidato metálico, ignorante dos problemas políticos, econômicos e sociais da nossa terra [se referindo a Zacarias de Assunção], senão também porque repudiando vil intriga de politiqueiros flagelados e parodiando a célebre frase do índio Guaiacará bradaram na cara de bronze desses intrusos “esta terra tem gente para governá-la”, tão do espírito de independência e reação dos bravos descendentes dos cabanos paraenses. Coronel Magalhães Barata.

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  14. ricardoconduru 3 de outubro de 2022 / 22:12

    Soares de Andrea revela ter desejado a morte em combate de Eduardo Angelim

    Jornal “Astro de Minas”, de São João del Rei, nº 1.437, de 14 de fevereiro de 1837, folha 1, publica correspondência enviada pelo presidente da província do Pará, Francisco José de Sousa Soares de Andrea, ao presidente da província de Pernambuco, Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, datada de 9 de novembro de 1836, onde são feitos os agradecimentos pelo socorro enviado pela província nordestina. Andrea fala dos esforços para prender Eduardo Angelim, informando que o responsável pela prisão foi o capitão João Francisco de Melo, e que isso seria uma vantagem real, pois teria acaba para os rebeldes a única esperança de união. Em certo trecho, Andrea revela ter desejado a morte de Eduardo Angelim, quando afirma que “Há tempos que estava preparando os meios de poder prender o Eduardo, ou pelo menos de o fazer acabar em algum ataque a que a sua audácia arrojasse”.

    PARÁ

    Artigos de Ofícios

    Ilmo. e Exmo. Sr. – Tenho de agradecer a V. Exa. os seus socorros de toda a espécie, tenho também a satisfação de lhe mostrar que não têm sido mal-empregados, porque, enfim, temos avançado alguma coisa na restauração desta província.

    Há tempos que estava preparando os meios de poder prender o Eduardo, ou pelo menos de o fazer acabar em algum ataque a que a sua audácia arrojasse. Quando as cousas estavam dispostas, e que eu o tinha envolvido pelo lado do sertão, mandei contra ele quanta força de mar e de terra pude dispensar, e esta medida produziu o efeito desejado. Eduardo e seus sequazes foram postos logo em debandada, e afinal veio ele mesmo a cair-me nas mãos. A prisão deste homem é uma vantagem real, porque se acabou para todos os rebeldes a sua única esperança e seu sinal de união.

    Algumas outras vantagens tenho adquirido, e a empresa segue progressivamente.

    Não omitirei que o capitão João Francisco de Melo foi o encarregado da perseguição do Eduardo e foi quem o apresentou preso.

    Nesta ocasião regressa para essa província o soldado Felix Nunes, como incapaz do serviço.

    Vão também o padre Mavignier, o tenente reformado Manoel Cavalcante de Albuquerque, e o encarregado Domingos José da Rocha.

    Tenho dado licença ao tenente, Rodrigo Antônio Batista para ir tratar a sua saúde nessa província, e o recomendo a V. Exa.

    Deus guarde a V. Exa., Pará, 9 de novembro de 1836. – Ilmo. e Exmo. Sr. Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, presidente da província de Pernambuco. – Francisco José de Sousa Soares de Andrea.

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  15. ricardoconduru 7 de outubro de 2022 / 21:30

    BLOG CABANAGEM REDESCOBERTA

    Os fatos esquecidos da nossa história – Por Ricardo Condurú

    A imagem mutilada de S. Luiz do tempo dos cabanos

    Jornal “A República”, de Belém do Pará, nº 153, de 26 de agosto de 1890, folha 2, publica sobre a viagem de uma comitiva à localidade de São Domingos da Boa Vista (atual município de São Domingos do Capim) onde, ao se dirigirem à igreja do lugar, encontraram na sacristia uma relíquia dos tempos da cabanagem. Uma imagem de S. Luiz com marcas de espada e chumbo.

    VIAGEM A SÃO DOMINGOS DA BOA VISTA

    Foi às 9 horas e 35 minutos que, sábado à noite, o “S. Domingos” zarpou da ponte do porto do sal, com destino a São Domingos da Boa Vista.

    Iam a seu bordo o Sr. Dr. Pedro Chermont, acompanhado de sua Exma. esposa, os Srs. capitão-tenente Artur Índio do Brasil, professores André Gomes da Rocha e Benício Gomes da Rocha, Guilherme de Miranda, Theodoro Pontes de “A Província do Pará”, José Veríssimo de Vasconcelos, Bartolomeu Ferreira, José Caetano Ribeiro da Silva Jr., Alfredo Pinto de “A República” e outros cidadãos.

    (…)

    O senhor doutor Pedro Chermont tomou a palavra; disse que, em nome do governador do Estado, do presidente da intendência da capital, dos representantes das redações da “Província” e “República”, e das demais pessoas que o acompanharam, saudava o brioso povo de S. Domingos da Boa Vista. Terminou erguendo vivas ao tenente-coronel Cerdeira, ao Dr. Paes de Carvalho, ao pároco do lugar, padre Manoel Ângelo Tavares Bastos.

    Dirigimo-nos em seguida à igreja modesta, mas bem preparada. Somente a sua fachada é caiada, sendo as paredes laterais emboçadas apenas.

    Na sacristia existe uma imagem de S. Luiz, relíquia do tempo dos cabanos, apresentando um profundo golpe de espada, sinais de chumbo e de braços partidos.

    (…)

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